Conheça 15 destinos espanhóis que fazem fronteira com Portugal de norte a sul do país
Portugal Partilha uma fronteira terrestre com Espanha de mais de 1200 quilómetros, conhecida como “A Raia”. Os seus habitantes, estão tão acostumados a viver com um pé de cada lado da fronteira que muitas vezes nem distinguem países, línguas ou culturas.
1. Vigo
Vigo está a cerca de meia hora de Valença, conectada por autoestrada diretamente a Portugal. É o município com maior população da Galiza, um porto marítimo e pesqueiro bastante conceituado e uma cidade com um grande leque de atividades para desfrutar durante todo o ano.
O seu casco vello, a zona antiga da cidade, é toda de granito, com ruelas que serpenteiam pelo meio dos edifícios e que invariavelmente vão dar à ria ou ao porto. Este é um dos melhores lugares para se divertir a qualquer hora do dia: as lojinhas de comércio tradicional durante a manhã, os restaurantes e taperías à hora das refeições e os bares à noite, fazem com que o centro de Vigo esteja sempre cheio de vida!
Passear pela Calle del Príncipe, a rua comercial por excelência da cidade; comer uma parrillada de marisco num dos restaurantes locais e tomar uma bebida num dos vários barzinhos da zona antiga da cidade, é um dos planos que recomendamos para aproveitar ao máximo esta cidade galega.
Pontos de interesse a não perder: a zona antiga da cidade, a Praza da Constitución, a Praza Porta do Sol e a Playa de Samil.
2. Baiona
Baiona é uma pequena cidade à beira-mar com cerca de 12 mil habitantes, duas praias bastante concorridas, gastronomia típica galega e um ótimo ambiente durante o verão. É escolhida por muitos portugueses que vivem no norte do país para fins de semana na praia, férias de verão ou um simples passeio de sábado à tarde, por se encontrar a apenas 36 quilómetros da fronteira de Vila Nova de Cerveira.
Durante o inverno é bastante sossegada, mas nos meses de verão Baiona converte-se numa cidade cheia de vida, com esplanadas em todos os passeios, gente de todas as idades a passear pela rua e um ambiente jovial e descontraído, que nos deixa sempre com vontade de ver, provar ou conhecer melhor a cidade.
Recomendamos que faça o trajeto desde Portugal até Baiona pela zona costeira, aproveitando para conhecer durante o caminho a vila de A Guarda, o Mosteiro de Oia e as fabulosas vistas sobre o Oceano Atlântico.
Pontos de interesse a não perder: a fortaleza e o Castelo de Monterreal, a réplica da Caravela Pinta, o Miradouro da Virxe da Rocha e as várias praias ao longo da costa.
3. Tui
Durante muitos anos, Tui foi uma cidade raiana com muita importância. Era por aqui que os portugueses do Minho entravam em Espanha, pois a antiga ponte ligava diretamente Valença com Tui. Hoje em dia, e com a construção da autoestrada, Tui perdeu importância como cidade fronteiriça, mas não por isso perdeu a sua beleza.
Como está a apenas uma ponte de distância de Portugal, Tui continua a ser um dos locais favoritos dos raianos para dar um saltinho a Espanha e fazer compras. A nossa recomendação é que estacione o carro em Valença e atravesse a ponte-fronteira a pé. A caminhada desde a Fortaleza de Valença até à Catedral de Tui é de cerca de 2 quilómetros e meio, um passeio que não demora mais de 35 minutos.
A Catedral de Tui é o seu monumento mais destacado e o símbolo da cidade, mas, sabia que a comunidade judaica também foi muito importante para a cidade? Por esse motivo, o posto de turismo oferece um mapa com um roteiro já preparado para conhecer melhor o passado judaico de Tui, passando pela antiga Sinagoga, a Casa de Salomón ou a Torre do Xudéu. Se tiver tempo, e quiser fazer uma visita com um foco diferente do habitual, recomendamos este roteiro.
Pontos de interesse a não perder: A Catedral de Santa Maria de Tui e o seu claustro, a zona antiga da cidade e o Mirador Plaza de la Estrella.
4. Puebla de Sanabria
Puebla de Sanabria, a apenas 22 quilómetros da fronteira com Portugal e a menos de 1 hora de carro de Bragança, é um desses locais que os raianos conhecem perfeitamente, mas o resto das pessoas passa ao lado sem prestar muita atenção. No entanto, e como acontece com a maioria destas povoações raianas, a vila foi de grande importância histórica durante os conflitos com Portugal, o que a dotou de uma muralha e fortaleza, ainda hoje presente.
Na zona norte da vila podemos ver vestígios desta grandeza, onde se conservam os principais edifícios dessa época. Ao passear pelas suas ruas de pedra e casa com vigas à mostra, somos de imediato transportados para o passado medieval de Espanha, nesta que integra a rede dos pueblos mais bonitos do país.
Nos arredores de Puebla de Sanabria recomendamos que visite também o Parque Natural do Lago de Sanabria, considerado o maior lago de Espanha e o maior lago de origem glaciar de toda a Europa. Aproveite para contemplar a natureza numa das muitas caminhadas que poderá fazer no parque natural e conheça também Ribadelago e a sua história.
Pontos de interesse a não perder: o Castillo de los Condes de Benavente, a Iglesia de Santa María del Azogue, as ruas e casas típicas de Puebla de Sanabria e o lago de Sanabria.
5. Zamora
Zamora é a cidade espanhola mais visitada pelos portugueses da zona raiana de Miranda do Douro, que fica a cerca de 1 hora daqui. Apesar de normalmente não aparecer nos guias de viagem mais conhecidos, esta pequena capital de província com pouco mais de 60 mil habitantes tem vários aliciantes para os viajantes que se atrevem a conhecê-la.
Uma visita básica à cidade pode ser feita em apenas uma manhã, mas recomendamos que aproveite pelo menos um dia completo para conhecer a arquitetura românica que caracteriza a cidade, o seu centro histórico medieval, as espetaculares vistas sobre o rio Douro e, principalmente, desfrutar do seu ambiente tranquilo e acolhedor.
Segundo os zamoranos, a melhor época para visitar a cidade é na Semana Santa. Durante esta semana encontrará uma cidade cheia de gente e atividades diferentes tanto durante o dia como à noite, sendo uma das mais conhecidas a dança do “Cinco de Copas”. Esta dança é também conhecida como a procissão dos bêbados e celebra-se na Quinta-feira Santa às três horas da madrugada indo pela noite dentro. A partir das seis da manhã, os resistentes têm como tradição comer uma sopa de alho num dos bares da zona antes de rumarem a casa para descansar.
Pontos de interesse a não perder: o Castelo, a Catedral de Zamora e a Plaza Mayor e a estátua do Merlú (uma figura conhecida da Semana Santa na cidade).
6. Salamanca
Salamanca é conhecida por ser uma espécie de Coimbra espanhola, devido à sua universidade fundada em 1218, que atrai estudantes de todo o mundo. Por aqui passaram estudantes famosos como Cristóvão Colombo, Antonio de Nebrija ou Miguel de Unamuno.
Mas não é só a universidade que dá fama à cidade! A sua catedral, ou melhor dito, o seu conjunto catedralício com as catedrais nova e velha, também são ex-líbris desta cidade situada a 120 quilómetros da fronteira de Vilar Formoso. Sabia que é possível ver vestígios do terramoto de Lisboa de 1755 nas paredes da catedral?
Passear pelas ruas de Salamanca é perder-se entre estudantes, tunas e um ambiente alegre e jovial que contrasta com a imponência dos edifícios que nos rodeiam. Não pode deixar de visitar as catedrais e subir à torre sineira; procurar o famoso Astronauta na fachada da catedral nova e a caveira com uma rã que traz boa sorte aos estudantes e se encontra na fachada de um dos edifícios da universidade na Calle Libreros. Depois, recomendamos uma visita às Escuelas Menores localizadas nessa mesma rua para poder apreciar a popular pintura d’”O céu de Salamanca”.
Pontos de interesse a não perder: o conjunto catedralício (principalmente a zona superior), a Universidade e a Plaza Mayor.
7. Alcántara
O seu nome vem do termo árabe Al Qantarat, que significa “a ponte” e faz referência à magnífica ponte romana sobre o rio Tejo, ex-líbris da cidade e o monumento mais reconhecido de Alcántara.
A apenas 20 quilómetros da fronteira com Portugal, esta pequena vila é conhecida por quatro motivos de peso: a Ordem de Alcántara, uma ordem religiosa e militar nascida em Portugal e que ainda existe; a Ponte de Alcántara, um dos maiores expoentes da engenharia civil romana; o Bronze de Alcántara, uma placa de bronze escrita em latim onde se pode ler o auto de rendição incondicional dos seanocos perante os romanos; e São Pedro de Alcántara, um frade franciscano canonizado em 1669 pelo Papa Clemente IX.
Estacione perto da Plaza de Toros de Alcántara e entre na zona antiga da cidade através do Arco de la Concepción. A partir daqui, recomendamos que caminhe pelas ruas e vá descobrindo todos os recantos. Preste especial atenção ao convento-fortaleza de San Benito, ao antigo bairro judeu e à Iglesia de Santa María de Almocóvar.
Depois de um dia passado a desbravar Alcántara, a nossa recomendação é que suba a um (ou vários!) dos miradouros para apreciar a fabulosa ponte e a vila desde as alturas. Temos a certeza que não se irá arrepender!
Pontos de interesse a não perder: o convento-fortaleza de San Benito, o antigo bairro judeu e a ponte de Alcántara.
8. Alburquerque
A escassos 28 quilómetros da fronteira com Portugal encontramos Alburquerque, uma pequena vila que sempre esteve bastante envolta nas guerras entre Portugal e Espanha. Uma das melhores provas desta época é o opulento Castillo de Luna, construído no final da Idade Média por Alvaro de Luna, Mestre da Ordem de Santiago e Condestável do Reino de Castela e Leão. Para quem a visita desde Castelo Branco, a viagem demora cerca de 1 hora e 15 minutos.
Passeie pelas ruas empinadas do bairro medieval, conhecido como Villa Adentro, situado na ladeira norte do monte onde se situa o castelo; espreite a Puerta de Belén em frente à Iglesia de San Mateo e visite a Iglesia de Santa María del Mercado. Na parte exterior da muralha, e nos arredores de Alburquerque, recomendamos que visite a Ermita de Nuestra Señora de Carrión, padroeira de Alburquerque; e as pinturas rupestres da Idade do Bronze, declaradas monumento nacional espanhol em 1942.
Pontos de interesse a não perder: o Castillo de Luna, o bairro gótico medieval e as pinturas rupestres.
9. Badajoz
Cantava Paco Bandeira “Ó Elvas, ó Elvas, Badajoz à vista” e não era para menos. A meia hora de Elvas, encontramos a cidade de Badajoz, uma das cidades mais importantes da Extremadura espanhola.
A cidade foi fundada em 875 d.C. pelos árabes, num local onde havia indícios de povoações visigóticas e romanas, o que faz de Badajoz uma cidade muito interessante para os amantes da história e arqueologia.
Foi também uma localização bastante importante durante o século XVI pela sua posição fronteiriça. Em 1580, Filipe II de Espanha transladou a corte a Badajoz enquanto lavrava a campanha de conquista de Portugal.
Pontos de interesse a não perder: A Alcazaba e o seu recinto amuralhado (o maior de Espanha), a Catedral, os Jardines de La Galera e a Plaza Alta de Badajoz.
10. Mérida
Mérida foi fundada no ano 25 a.C. por Octavio Augusto como cidade retiro dos soldados veteranos de duas legiões do Império. Daqui vem o nome de Emérita Augusta. Está situada a 83 quilómetros de Elvas e é o destino perfeito para conhecer depois de Badajoz, num fim de semana prolongado em família, juntamente com Medellín.
O conjunto arqueológico de Mérida é considerado Património da Humanidade pela UNESCO desde 1993 e recomendamos que passe pelo menos dois dias na cidade para poder conhecê-lo a fundo!
O Festival Internacional de Teatro Clássico de Mérida, que normalmente se celebra nos meses de julho e agosto, é imprescindível para os amantes de teatro e para quem sempre quis saber como era a acústica dos teatros romanos, já que todos os espetáculos são feitos no Teatro Romano de Mérida.
Pontos de interesse a não perder: Teatro e anfiteatro romanos, Casa del Mitreo e os columbários e a Alcazaba.